Ha muitos anos atras, quando as pessoas nao pensavam em computadores e celulares, e-mails estavam fora de questao e escrever cartas ainda era um meio normal de se comunicar, existiu um império formado por quatro mulheres. Elas batalharam por sua independencia, questionaram os sistemas postos pela sociedade e venceram as barreiras do preconceito. Com essas atitudes revolucionarias elas criaram um império, um império que durou dois meses.
E tudo começou no verao de 1997...
Quatro meninas que estavam ja florescendo, buscando o divertimento, sair na noite e se enturmar com os outros grupos da mesma idade. Muito novas para enfrentar os perigos da vida? Sem conhecimento da realidade brasileira? Crimes, drogas, abusos, prostituiçao. Era o que vinha na cabeça de sua responsavel( a mae de seus pais). Ela ficava durante o verao na praia, com seus seis netos, e o grande problema era as mais novas adolescentes que estavam fervilhando de energia e cheias de opinões sobre o sistema que ela estava querendo impor. Nos outros anos tudo tinha ido bem. Era so fornecer picolés, bisnagas de pao e iogurte que tudo ia bem. Passar a manhã e as tardes na praia, passeios com todos os netos nos camelôs, uma bela parada no buffet de sorvete e voilà todos ficavam tranquilos. Mas esse ano tudo estava mudando, a praia familiar ja estava se tornando uma praia mais jovem, eventos musicais estavam acontecendo, e suas quatro netas nao queriam ficar de fora. Musicas sobre maconha, a tv mostrando a violencia a todo minuto. Ela, uma senhora, contra a vontade de suas quatro netas, queria proteger elas dessa realidade. Os dois netos mais novos, ela ainda podia comandar tranquilamente, os dois ainda consideravam o mar como divertimento principal e os picolés e as bisnagas de pao funcionavam muito bem com eles. Mas como acalmar as quatro jovens?
Ela, uma senhora muito inteligente utilizava de frases de efeito para manter sua influencia sobre elas. Na sala do apartamento, em torno da televisao ela falava:
-Nao sei se vou passar de janeiro, meu coraçao nao aguenta, estou doente, voces precisam entender a vo de voces. A minha pressao, eu nao vou suportar qualquer coisa que acontecer com voces, a rua é um perigo e as drogas estao a solta.
A resposta vinha rapidamente:
- Todas as nossas amigas saem, tem um grupo de pessoas da nossa idade na outra quadra.
Essas jovens de unhas super coloridas, unhas postiças, queriam passear. A vontade era tanta e a discussao era tao seguida, que até a netinha mais nova de sete anos queria sair pelo centro da cidade também. Enquanto a Dona Fausteine* nao colaborasse com suas netas elas nao colaborariam com a dona Fausteine. Léri*, Poli*, Liza* e Ivoni* as quatro garotas revoltadas formaram seu quartel general num quarto de dois beliches e la ninguem podia entrar. Os parentes chegavam para visitar dona Fausteine e as meninas nao faziam nenhuma questao de se comunicar, era a rebeliao. Léri a mais velha, e ela que tomou a primeira atitude de sair. Dona Fausteine percebeu a sua impotencia com essas quatro novas debutantes e foi aceitando devagarzinho, mas sempre remarcando a todos sobre a sua pressao alta e lembrando de seu fim proximo. E esse grande poder de sair nas noites da pior praia do mundo foi conquistado! A alegria era geral! porém tinha alguem que nao tinha ficado contente com isso e es tava pronta para dar o seu troco. Num dia de faxina no quarto(qg das adolescentes) foi encontrado unhas postiças tortas e quebradas; elas estavam escondidas debaixa da cama de Liza. Quem sera que tinha feito isso. Um pequeno ser de olhos azuis ria consigo mesmo num cantinho do apartamento, Mériani*, a neta mais nova ficou de fora dessa revoluçao, todas as meninas saiam e ela ficava tendo que suportar seu irmao chato a pentelhar sua vida, nao era justo!
*os nomes foram alterados para nao expor ninguem que foi comentado aqui.
