domingo, dezembro 25, 2005

Algemas na cama, questão de estilo.

eu não sou nenhum grande cara que pode destruir alguma grande coisa
eu não estou do lado de fora para saber o que está acontecendo com os outros
eu não sei ouvir o suficiente para dizer que sou sábio
e não consigo entender a preocupação que todos nós temos em agradar alguém
desse modo podemos achar que não vivemos em um mudo certo
desse modo tenho que parar de achar que há um "nós" quando posso somente falar por mim
cansado de letrinhas, na sopa, na vida, letrinhas bobas que fazem bolhas para incomodar
letrinhas que não são minhas, mas que me acompanham na preocupação dita antes que não consegue cessar
quantos erros, que vergonha, a preocupação que não para
não termina
Não há verdade absoluta, o julgamento é piada, a minha ação é tão rídicula quanto sua reação, por isso, podemos rir juntos ou ficar sérios, separados estamos sozinhos, todos nós(!)(!)(!)

terça-feira, dezembro 20, 2005

Lilás(clichê e faltando partes)

Com um vestido de noite, estava ela, muito linda, com seu sorriso destacando-se junto com o batom. Estava ela, solta e presa no seu glamour, a noite bastava. Ela era auto suficiente naquele momento, deixava as pessoas a sua volta lhe fazerem favores banais e prometerem coisas que até duvidava. Não era um conto de fadas e sim o ritual de sempre, de toda festa que ia,este era seu papel, ser bela naquele momento. Muitos não sabiam, mas era este seu serviço, brilhar para manter o glamour da festa, assim ninguém nunca se preocupava em detalhes, sendo ela o foco das atenções, para tudo dava-se um jeito. Quando havia algum problema interno, botavam ela em cima de um palco para chamar mais atenção, assim todos olhavam embasbacados e admiravam a sua beleza, enquanto dava-se cabo no problema que havia surgido.
Um dia resolveu ela ter um nome. Foi no cartório e decidiu se chamar Linda Maravilha, estava cansada daquele serviço, pois queria um trabalho no qual lhe dessem um valor real, decidiu ser modelo, mas suas expressões eram tão robóticas que a botaram como manequim de vitrine. Linda Maravilha não ficou triste, naquela vitrine lhe davam o valor que queria, e o valor que queria era tão complexo quanto ela. Decidiu transformar dessa profissão uma filosofia de vida, transformou sua casa em uma grande vitrine onde acontecia festas todas as noites e ficava ela no centro de tudo estática segurando uma champagne.
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O pai entra no quarto do guri e diz:
- Mas que coisa de boiola!
- O que? -pergunta o filho apavorado
- Esta cor!
- O que tem essa cor?
- Não estou te reconhecendo, isto não é coisa do Guilherme Silva Dupé que eu conheço!
- Mas isto é lilás pai! O que você tem contra lilás?
- Lilás? Para mim isto é um roxo de puto!
- Roxo de puto?
- Sim! Isto mesmo e se não quiser passar vergonha no churrasco de domingo trate de dar um jeito, senão pode esquecer a tua parte na herança, aliás não podia ter escolhida uma cor melhor não? Tinha que ser a mais bagacera e boiola?
- Mas pai, é moda no mundo inteiro!
- Comigo não tem esse papo de moda, se um inglês quer ser boiola deixa ele, mas tu é brasileiro e gaúcho! Você não tem escolha, precisa agir corretamente! E se quiser seguir assim pode sair de casa e viver com aquele povinho que faz passeata.
- Pai nós vivemos em 2050 mudar a cor da pele é algo essencial para viver, hoje em dia precisamos fazer isso, tanto que tu é verde e a mãe é listrada como uma zebra. Uma cor é somente uma cor, não deveria haver preconceito nisso.
- Tudo bem filho, sei que não fui o melhor pai do mundo, na minha juventude tentei ser moderninho e acabei indo nessa onda de mudar de cor, sua mãe também , pensamos que isto seria melhor para a raça humana. Com isso acabamos nos esquecendo de passar certos valores a você. Hoje em dia vendo você deste jeito, dá vontade de ter morrido queimado junto aos outros que negaram-se a fazer o protetor solar permanente colorido.
- Pai você fez o certo, só acho que deveria mandar um e-mail à psicológa e resolver este teu probleminha com cores. Hoje em dia os livros de auto ajuda são mais fortes do que qualquer religião, me disseram que se botar um livro desses na cama de uma criança que está chorando, ela para no mesmo momento.
O pai reflete por um momento, dá um suspiro, sua ira se esvai, a discussão lhe trouxe uma dor de cabeça terrível, pega um livro na estante e o seu celular. Com o livro posto em cima da cabeça ele liga para a psicóloga.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Momentos de inspiração

De vez em quando eu passo por momentos criativos e de bem estar, isso gera euforia e ansiedade. Este exagero me leva ao outro lado da moeda. Detesto viver em extremos, gostaria de ter somente sentimentos leves, porém não aprendi a viver deste jeito. Fico olhando para os fundos do meu pátio, desejando viver aquela calmaria. Porém, tudo o que eu ouvi fica em oposição ao o que digo, isso dá um nó na minha cabeça. Tranquilo? pouco.
Me vejo correndo, desengonçado no meio das pessoas que já conhecem a minha fama(esta fama é uma neura) e riem. Derrubando o leite e pisando no queijo, contorcendo-se, ignorando tudo e tentando mostrar minha indignação e minha alegria. Patético, fico agindo em câmera lenta.
O outro lado da moeda:
Um silêncio, o rapaz fica triste depois de comer um leitão inteiro, ele chora, se esconde no quarto bem longe do vidro da janela, escuta uma canção que não entende, mas seus amigos dizem que é deprê. Fica cantarolando as palavras que não entende, fica rebobinando a imagem besta, fica se sentindo uma criança e sua consciência diz que ele é uma criança. Por outro lado há um general, que grita:" - A única coisa a fazer é viver e continuar a guerra, isto é só um pequeno corte no dedo, causado propositalmente". Aparece um nobre que lhe diz:" - Ignore as pessoas, você é muito mais, não o entendem porque você é muito complexo!".(este nobre é intelectual)
A sua consciência confirma, ele é uma criança.

domingo, dezembro 11, 2005

Isto é para ser sentido!

Na esquina havia crianças esmolando, acreditando que um homem generoso poderia passar por ali. Todos naquela cidade sabiam que viviam um pouco de ilusão, que, por mais que ninguém fosse satisfeito com a vida que tinha, ela não era ruim o bastante para reclamar. Quando alguém tentava lamentar, um homem que trabalhava para o governo liberal-propagandístico-qualquer, aparecia e logo colocava a pessoa em seu devido lugar, lembrando das crianças da Somália. A melancolia enchia os pulmões dos habitantes e a cidade suspirava, um lamento em conjunto e mudo. Muitos sorriam durante o dia, mas podia observar um olhar caído e um "é..." profundo dito ao fim de qualquer assunto. No centro da cidade havia uma praça onde alguns jovens passavam o dia tocando violão e escrevendo em cadernos pequenos, alguns conversavam e outros ficavam sozinhos. Dias de vento, nublados e até de sol não incomodavam a população, o real problema era os dias de chuva. Todos trancados, alguns não aguentavam e saiam, enfrentando as tempestades ou o que fosse aparecer. Nos mais jovens havia um amor pela arte e nos mais velhos um sentimento nobre pelas coisas simples. Os ciganos não passavam por ali, nem o circo e a igreja. Já haviam tentado, mas não havia o que salvar e nem o que agradecer.
Certa vez chegou um grupo de pessoas para analisar o comportamento dos habitantes, elas tinham recebido uma carta do homem que trabalhava para o governo liberal-propagandístico-qualquer, ele pedia uma repressão para haver mudanças no comportamento da população.
Estas pessoas conseguiram fazer isso, mudaram o comportamento de todo mundo, fizeram o povo sentir-se mais seguro. Até porque elas não eram como o homem que trabalhava para o governo liberal-propagandístico-qualquer, pareciam ser mais abertas a opiniões e sua visão propagandística-qualquer aparentava ir mais além. Estas pessoas impressionavam eram realmente excêntricas, querendo conquistar o mundo. Isto tudo estava certo porque de uma maneira ou outra elas pensavam nas crianças da Somália. O objetivo do governo era eliminar o foco da "arte pela pureza", da consciência que o artista sofre amando a vida e o simples. O governo e qualquer pessoa com uma visão propagandística qualquer desprezava um ser que suspirasse, admirasse até o fundo de seu âmago, as palavras e qualquer coisa existente. Eles conseguiram, o governo propagandístico havia acomodado as pessoas, até o dia em que houve o dilúvio.

terça-feira, dezembro 06, 2005

O diálogo

-Senhor de fraldas, quero dizer que agora tenho sono, não posso ficar olhando as pessoas perambularem na rua, por que agora estou cansado.
-Você é que sabe, mas um dia irá ver que todo o sono é tentador e só é benéfico se estiver realmente cansado, ao contrário estará fugindo da realidade.
-Tem feijão para comer?
-O feijão será comido somente com a companhia do arroz, se assim não ocorrer, terei que lhe informar das mortes na família.
-Isto é uma ameaça, um fato ou um possível acontecimento do qual não participas?
-Não importa, as pessoas não gostam de frases longas, porque acham que seus olhos possuem cérebro.
-Mas não possuem, o filme era feito de flashes e de imagens que duravam segundos.
-Uma cabeça de noz.

domingo, dezembro 04, 2005

Essa é a minha opinião.

Não somos sinceros no que escrevemos, tudo bem, isto pode ser visto como um problema. O medo de ser visto por alguém, que não é conhecido, que nunca viu na vida, é outro. Tudo são coisas que as pessoas se incomodam e querem privacidade, eu não consigo entender, para mim não consegue soar algo verdadeiro. Se queres desaparecer ou controlar o número de pessoas que leiam suas coisas, e que saibam da sua vida não use a internet ela não é para você. Nesta tela somos alvos de todos olhares, podem nos julgar de qualquer maneira, podem rir do que escrevemos, mesmo que aquilo não fosse pra ser engraçado ou não era para ter dado tanto retorno. As pessoas ficam muito desconfiadas, começam até criar suspeitas e hipóteses. Isso é algo meio esquizofrênico. Tem muita gente que não consegue lidar com isso, se mostra perturbada por algo que é totalmente virtual. Não somos sinceros no que escrevemos, por que sempre iremos pensar no que vamos escrever, pode ser de minuto, segundo, horas não importa! Foi pensado e por isso tem gente que adora escritores, lêem livros e escrevem poesias.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Um Longo Tempo

A grama não estava verde e sim amarela, por que não houve chuva para molha-la. A garotinha de vestido leve ia caminhando pelo gramado, estava muito quente e por isso ela carregava uma garrafa de dois litro de água mineral. Alguém a espiava. Ela olhou para os lados e pensou:"Calor, grama amarela, cobras". Ficou parada olhando para o gramado por muito tempo. Sentiu-se sozinha e pensou no que as pessoas deviam estar fazendo em sua casa. Ela viu as montanhas, o céu azul e o seu pensamento fez ela imaginar todas as coisas que não eram reais.A menina pegou a garrafa e bebeu o máximo que podia, a água estava esquentando, ela precisava beber logo, antes de ficar completamente quente. Um palco apareceu em sua mente, tinha pessoas lá, elas estavam encenando uma peça, alguém morre com uma apunhalada e uma voz sôou tão real:
- Até tu Brutus, meu filho!
Um pássaro saiu voando soltando um grito de pássaro do campo. Alguém continuou espiando.
A garota se chamava N, não precisava mais do que uma letra. Sua mãe e seu pai eram fazendeiros mórmons, no dia em que ela foi batizada Jesus Cristo levou eles numa nave espacial.
Voltando a menina.
Ela continuou caminhando, até encontrar uma cerca, na cerca não havia nada, somente um boi e o gramado amarelo. O dia estava acabando, a água estava completamente quente, o boi ficou pastando com aquela cara de boi, vendo N ir embora.(Segunda a Júlia isso lembra Clarice Lispector)

domingo, novembro 27, 2005

Eu tenho uma história para contar sobre o fim que se aproxima!

Lá longe, onde um velho pode comer o seu tatu tranquilamente sem a interrupção daquele poeta estúpido. De quem eu falo? Eu não falo de ninguém, um vácuo constante faz com que eu não tenha profundidade sobre qualquer assunto. Quando algo é escrito é preciso acrescentar o leitor de alguma maneira, pois este pode ficar irritado caso o que foi lido não chegue a lugar nenhum. Está tudo muito certo!

sexta-feira, novembro 25, 2005

Sensações chatas de Robervildo Sem visão

Acordar, o primeiro pensamento é a continuidade de ontem. O relógio está ao lado do abajur, é o meu guia neste momento. A água molha e faz meia hora que ela está molhando. O tempo não está sendo conjugado na maneira certa, as palavras não acertam com os teus olhos. O suco de fruta está grosso demais para ser terminado em dez minutos. Pedaços nos dentes, alguma careta.