domingo, julho 31, 2011


Eu fui à um psicologo. Ele gostava de dinheiro e eu gostava de gastar. Ele estava curioso para saber toda a minha vida. Cada hora de consulta custava 50 reais. O interesse que ele tinha era tão grande que as consultas iriam durar anos até eu conseguir explicar a historia de meus ancestrais. Para falar um pouco (muito) sobre mim, digo, sobre meus ancestrais, eu tive que fazer uma pesquisa. Como ele disse que queria saber de tudo desde a origem, eu tive que pegar os livros de historia. Eu não conseguia entender a utilidade disso, mas não iria questionar o profissional. Eu acredito que o psicologo deve saber o que esta fazendo, pois ele vive disso. É o seu ganha pão não é isso? Eu falava todo o tempo e em alguns momentos ele vinha com aquela cara de: "vou dizer alguma coisa interessante", na maioria das vezes o seu papo não me interessava, mas como disse antes, ele sabe oque faz, eu acho. Gostaria de saber se o psicologo se preocupa mais com o lado financeiro ou com resolver o problema do paciente. Eu poderia ter me empolgado por estar falando sem parar sobre tudo, mas essa não era minha necessidade maior. No fim das contas eu tirei a responsabilidade do psicologo, eu não estava interessado naquelas consultas, pois o seu método não me interessava. Eu acredito que o conhecimento e o autoconhecimento podem vir de outras formas. Eu não acredito que seja na forma de uma bengala, pois quero pensar sozinho. Talvez esteja ignorando toda uma ciência, mas não me sinto mal por isso. Existem pessoas que buscam religiões, outras psicologos, mas porque não buscar a si mesmo ou buscar a vida real. O garçom chega na minha mesa e me pergunta o que eu quero para janta, eu lhe digo: alguma coisa bem real por favor.

quinta-feira, julho 28, 2011

Contagotas


Eu estava enchendo aquele copo com um contagotas e meu amigo me dizia: "Para com isso, a água vai transbordar". Eu não lhe dei ouvidos, continuei na minha atividade obsessiva. Eu queria poder desafiar, mas desafiar o quê? A logica, eu queria sentir o suspense de cada gota que caia e ocupava um lugarzinho dentro do copo que estava prestes a transbordar. Fiquei com aquele contagotas por algum tempo. Sentado na mesa verde da sala, eu estava a olhar de forma obcecada o copo d'água. Nenhuma coisa ou pessoa podia me distrair. Não vou negar que eu via naquele copo d'água algo mais importante que a propria vida. O copo estava sendo desafiado por mim e ele não queria transbordar, mas eu tinha que testa-lo, para ver até onde ele era capaz. Um amigo meu me disse que em algum momento ele transbordaria, mas se ele tivesse contando com a evaporação? Eu não poderia facilitar para esse copo malandro. Eu também queria saber até onde eu era capaz na minha fascinção por coisas sem grande importancia. Na opinião do meu amigo, essa minha fascinação era idiota. Mas o que ele poderia dizer sobre minha fascinação idiota? Não era ele que tinha ficado apaixonado por dez anos pela mesmo moça na qual nunca quis nada com ele. Cada um com suas fascinações que não levam a lugar nenhum. Comecei a gotejar mais seguido, e em um momento eu parei. Eu sabia que a proxima gota iria fazer esse copo transbordar. O que eu queria provar? Que o copo não tinha nenhuma chance comigo? Nesse momento, eu percebi que eu tinha criado uma relação com esse objeto, que para muitos era somente um mero objeto. Para mim ele era um mero objeto também, mas nos estavamos jogando um jogo cheio de suspense que tinha sentido para mim e para o copo. Eu peguei o copo fui até a cozinha, meu amigo me perguntou o que eu estava fazendo, eu não respondi. Eu despejei todo o conteúdo liquido na pia, depois eu enchi um outro copo e voltei para a mesa com um copo cheio e o outro vazio. Com o meu contagotas eu esvaziava um copo e prenchia o outro. Eu sabia que iria ser um trabalho arduo, e eu seguia as regras do nosso jogo, gota por gota até o limite, pois o mais interessante que transbordar é conseguir chegar ao limite do copo, exigir o maximo que ele pode te oferecer. O meu amigo comneçou a criticar o meu jogo, eu lhe respondi que a sua paixão platônica morava ali perto e que nesse momento ela estava a fazer uma corrida pelos arredores. Isso fez com que ele se despreocupasse com a minha vida e fosse correr atras da sua obsessão. Dito e feito, estava ele a sair do meu apartamento com alguma desculpa esfarrapada: " vou na padaria ver se tem ovo". Foi bom que ele tenha saido, pois o meu jogo iria durar o dia inteiro e não queria nenhuma incomodação.

terça-feira, julho 26, 2011

o Mundo, a minha casa.


Estou passando as férias no Brasil. Aqui, eu visitei meus familiares e meus amigos. Não consegui ver todas as pessoas que gostaria e agora não tem mais muito tempo para fazer isso. O inverno do sul do brasil é frio mesmo, mas sempre tem um solzinho para nos tirar do sufoco. A comida é otima e a simpatia das pessoas também. Eu voltei para meu pais para passar as férias, dessa forma eu acabo falando do Brasil baseado no encanto que tive nesse rencontro. Não me condeno por isso, o fato que ignoro a maioria dos problemas que se passam aqui não vão me abalar e muito menos me dar uma sensação de culpa, pois é uma situação normal a todos que retornam ao seus paises apos algum tempo distante. No estrangeiro, eu li jornais de varios cantos do mundo e isso me interessou muito, essas informações me deram a sensação de unidade. Isso modificou um pouco a forma de ver certas coisas. Normalmente nós nos sentimos distanciados das coisas que acontecem no mundo, nos temos a impressão que as fronteiras entre os paises nos afastam dos outros. Isso acontece, porque nos vemos dessa forma, mas nos estamos em um mesmo mundo e passamos por situações parecidas. A felicidade constante que nos vemos no outro é uma mera ilusão. Não existe melhor ou pior. Para argumentar contra isso, as pessoas podem usar as vidas miseraveis que existem no mundo inteiro. Essas vidas são um exemplo extremo, nossas vidas podem ser consideradas melhores que a vida dessas pessoas que morrem de fome. De toa forma o que eu quero mostrar aqui é a ideia de unidade, mesmo tendo paises, culturas, riquezas concentradas em alguns paises, poderes concentrado em outros, nos não somos muito diferentes. Viajar é uma coisa boa, e isso me traz a ideia de uniao, de humanismo.

sexta-feira, julho 22, 2011

Momentos caninos


Eu te espero sentado
como um cachorro eu pulo em você
auauau eu te amo
eu faço a festa, eu sou ignorado
auauau olha pra mim
Me dê um nome, me adote
não quero mais caminhar sozinho por essas ruas
Não quero mais procurar o amor nos lixos
Auauau
Eu irei ao seu encontro
eu ficarei te esperando
e a cada dia eu tentarei te beijar
eu não incomodo muito
sou um cão sem pedigree e suporto o frio e a chuva
O que eu quero é seu carinho e seu afeto
Auauaua
AUUUUUUUUUUUU

Paranoia do Zé viajante

Eu estava la, sentado a lhe escutar, quem nunca encontrou uma pessoa assim, com historias que te fazem ficar mais tranquilo.

"Eu fiquei tanto tempo esperando por um milagre. As pessoas cuspiram no chão e eu também. Fiz tantas coisas erradas como todo mundo mas sempre me protegi numa ilusão, numa religião e em palavras polidas de sabedoria. Agora eu me enterro e saio das cinzas, mas não como as aves mitologicas. Algo mais parecido a faisca. Uma pequena brasa cheia de paixão. Cheia de odio e um sentimento hippie, hipnotico e psicodelico. A vida é um absurdo ou uma conspiração de seres desconhecidos que planejam o mal a toda humanidade."