terça-feira, agosto 29, 2006

Espiral



-Não existe...a areia pela qual caminho e a água que eu bebo...os meus pés sentem a ilusão, a minha boca bebe da ilusão. Não existe o bonito, o ridículo, a briga, a amizade. Prisão...é somente a prisão. Eu não vou encontrar amor na ilusão, eu não vou encontrar amizade na ilusão, eu só vou me iludir. Não há a necessidade de criar metas, planejar vidas, comprometer os destinos, temer a má atitude e procurar a aceitação. Eu cheguei até este momento e continuarei. As ilusões vão continuar se justificando, rindo das vitórias e dos vencidos. Sofrendo suas próprias ilusões e nada disso poderá me afetar se eu estiver certo da minha intenção. O pensamento pequeno não precisa estar comigo, o que está na volta vai sumir hoje ou amanhã.Quando eu tiver que tomar uma atitude eu irei tomar, mas depois disso, nada mais me importará.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Vontades



Especialmente aos domingos, ele ia para frente de sua casa tocar gaita. Depois do churrasco, da sobremesa e do café. Garbin tocava músicas variadas, não se mantia rigidamente em músicas tradicionalistas. A família continuava conversando no interior da casa. De vez em quando tocavam em seu nome. Garbin tinha um olhar distante. Mirava o céu, o sol e ficava o fim da tarde envolvido no seu tocar. Gostava de tomar chimarrão enquanto anoitecia, cantarolava as músicas que havia acabado de tocar e depois acendia um palhero.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Carnívoras


Já faz um longo tempo que te chamo de João, mas eu não sei se você se chama João. O que aconteceu para isso acontecer? João você não fala o que pensa, o que sente! Qual o seu nome João?
Agora me surgiu a lembrança do dia em que eu te conheci. Sim! Você era parecido com outro que se chamava João. Então eu lhe chamei de João. Porém, nunca me passou pela cabeça o que eu estava fazendo. Nunca lhe passou pela cabeça contestar! Não me queira culpar João! Adeus João, José, Oswaldo, Carlos, Fabrício, Maria, Fernanda, Angélica. Tanto faz!

sexta-feira, agosto 04, 2006

love me like a rolling stone


A curvatura das costas não é um bom sinal, a dor que sinto nela só pode ser do frio. Quando me deito, eu tampo a cabeça, me escondo do ar gelado que domina o ambiente. A porta está trancada, mas ela tem uma abertura bem larga embaixo e isto faz entrar o ar frio. Me encolho ao máximo ficando em posição fetal(nem sempre isso acontece). Embaixo das cobertas eu só quero dormir para poder acordar, o dormir no meu caso, ultimamente, é só para descansar mesmo, há um prazer nisso, mas se é prolongado me causa irritação. Quero aproveitar o tempo que tenho e dentro desse tempo quero me sentir útil, se isso não for possível, provavelmente devo estar no lugar errado e isto gera muitas consequências, como a dor nas costas. Nessas situações eu sempre pus um tapete enrolado embaixo da porta para tampar a abertura, adaptação ou jeitinho brasileiro?
Tenho pensado em minha postura em vários aspectos e claro ela não é das melhores, mas está progredindo, aos poucos chego lá.