segunda-feira, setembro 29, 2008

We can be HEROES just one day


O que me leva a ser além do que sou? Que força é essa que age sobre mim? Até onde eu tenho noção da realidade? Quando as pessoas somem da minha frente eu vejo somente louvores ao meu "pequeno" e "humilde" ego. A queda e as tempestades, a terra vai ficando lamacenta e eu vou afundando. O controle de alguma coisa já teve em minhas mãos. Essa alguma coisa pode ser eu.
A minha família, as minhas escolhas, os meus amigos, as minhas posições para com o mundo e comigo mesmo. Segunda feira passada eu levei um tombo, o momento era de pressa e o nervosismo estava tomando conta de mim. Eu precisava tanto usar o computador naquele momento, corria em direção a minha casa. Veio um pensamento em minha mente, "a minha mãe vai estar usando o computador". Este pensamento trouxe uma imagem de discussão e descontrole. A imagem da rua ia se apagando naquele anoitecer, agora eu consigo imaginar algo relacionado com a neura que a personagem principal do livro "os Ratos" teve que lhe tirou o sono. No meu afundamento nessa energia descontralada e irada, acompanhada de um passo ligeiro e cego fez a queda mais linda que tive nestes últimos tempos. A minha mão ia tocando o solo de pedras pontiagudas e rasgando a pele, o meu joelho e o cotovelo tentavam amortecer a queda, porém a calça jeans, o casaco e o cuecão que eu usava por baixo não foram suficientes e mesmo assim houve ferimentos nestas regiões também. Estava no chão segurando meu joelho, uma mulher disse algo, como "cinco minutos perdidos...atenção...", não me lembro. A carta estudada na semana que passou foi o Carro, carta relacionada a família, a um momento de seguir naquela posição tomada, um momento de glória. Mas para tomar rédeas da carruagem do herói necessito de algum controle e maturidade, senão serei uma criança que não consegue ter comando sobre seus cavalos. No momento antes da queda , eu estava prestes a apresentar um trabalho para faculdade, estava me sentindo muito bem e já imagináva-o sendo exposto aos outros. Via as glórias sobre mim, a queda fez com que este fosse adiado para a semana da Justiça(carta que estou estudando agora), ou seja hoje!

A carta do carro é relacionado a um momento de glória , o desfile do herói. Com certeza isso é momentâneo, pois amanhã sabe-se lá o que vai acontecer. Uma coisa que foi vista também relacionada aos heróis foram as idéias pedagógicas quase utópicas da professora de quinta feira sobre o professor que é preciso ter em sala de aula. Meu deus! Eu acho que as pessoas vivem em outro mundo ou eu sou um cara muito tosco. Caros leitores, agora eu peço para que todos façam um exercício de visualização sobre este herói educador que é idealizado em sala de aula. Ele irá trabalhar para sustentar-se, fará pesquisas em ambiente acadêmico, sempre estará buscando se atualizar em sua área, suas aulas serão direcionadas e contextualizadas de acordo com o universo cultural de cada aluno, ele será participativo na sociedade e também terá direito a um descanso. Quantas horas esse professor irá trabalhar? Fazer tudo ou fazer o que se pode? "Mas é preciso haver a superação, ir além do fazer o que se pode" é o que ela diz, então eu penso "me dá um elemento x para que haja esta super-ação".

sexta-feira, setembro 12, 2008

"O inferno não tem fúria igual a da mulher desprezada"




Enfim, cheguei em uma situação kármica que sempre apareceu nos meus vinte e três anos de vidinha, a bifurcação do caminho existencial. Olho para um lado e vejo aquela estradinha de chão batido, com casinhas pequenas de pessoas que me conhecem e abanam como se não houvesse dúvida alguma que logo estarei ali entre eles. O outro caminho mostra uma estradinha de chão batido com pessoas conhecidas, mas não dizem nada, pois sabem que exigem a minha presença no caminho ao lado. A escolha fica ao meu critério mesmo sabendo que as pessoas da primeira estrada ficarão desapontadas comigo se eu fizer algo que não seja aquilo que elas imaginam e a da segunda estrada não falarão nada, mesmo querendo a minha passagem por ali, pois tentam me compreender. Nas escolhas há o dever e o prazer, fazer o trabalho da faculdade ou ficar de papo pro ar na internet, escutando música, falando bobagem e etc? Coisas assim, mas as vezes o dever é o engessamento das vontades e o prazer é a libertação de algum medo, seja ele inconsciente ou não. Portanto, não dá para dizer qual é a estrada certa antes de escolher uma. Nestes casos, eu chamo os representantes da sabedoria mundana e extraordinária para me aconselharem nestes trajetos. A Sacerdotisa diz: "siga a sua intuição", A Imperatriz complementa: "mas busque não entrar em conflito com ninguém, seja amoroso com aqueles que estão na outra estrada", O Imperador fala com tom de ordem: "faça o que é o mais certo aos teus princípios", O Hierofante fala em um tom sábio: "siga Deus e nada lhe acontecerá", O Mago dá uma dica: "caminhe de uma vez, e se vire com aquilo que tem" e O Louco me dá a certeza que tudo depende de mim e de mais ninguém, com um sorriso nos lábios ele mesmo passeia por todos caminhos existentes e inexistentes deste mundo e de outros. Na escolha de uma estrada há a rejeição de outra, e esta carregarei aonde? No lado obscuro da minha mente, pois toda rejeição, indiferente do que for, acaba pairando lá, as coisas que não aconteceram, os fatos que não foram consumados e etc. Isso também possue um local que acaba ficando estacionado. Quem sabe um dia não volta, mas vai voltar de que forma? Como uma linda moça sorridente ou como uma besta de filme de terror? Arcano 6, O Enamorado, carta de escolha e divisão, céu e terra, sexo e amor, dever e prazer, vício e virtude. Bem e mal? Só depois de escolher rapaz, tá achando que é fácil? E mesmo assim, normalmente vem um misto dos dois, mas qual que prevalece? Novamente a ceta do cupido aponta para mim e ele diz, depende de ti rapaz, são os teus olhos e não os meus, por mais que eu te influencie e te deixe cego na escolha, você é que vai experienciar os resultados. Ai Jesuis!

quarta-feira, setembro 03, 2008

Que relação você tem com seu Deus interior?

Faz duas semanas, quase isso, descobri que ele estava acorrentado a uma pedra daquela colina verde e que observava o por do sol com uma certa melancolia. Quando eu cheguei ali, eu peguei a chave que estava perto dele e o libertei. Estava tão perto que eu não entedi por que ele não pegou a chave e se libertou. Os seus olhos eram como daqueles cachorros que estão pedindo um pouco de comida e nós humanos não conseguimos resistir. Ele me agradeceu e disse que agora poderia juntar as duas mãos e rezar. Eu quis entender que reza era essa, ele me disse que era a canção que surgia do coração. No momento em que comecei a trabalhar o arcano do Hierofante eu comecei a ler o livro "As Fenícias" para a faculdade,(antes de proseguir, quero dizer que esta carta teve um acréscimo de mais alguns dias para estudo e vejo que foram muito importantes), o que me chamou atenção nesta leitura foi o velho Tirésias, um velho cego que vive no Oráculo de Delfos e é o adivinho de Tebas, cidade em que ocorre a trama. Ele tem contato direto com o deus Apolo, logo, o velhinho é muito sabido e nada lhe escapa. Por causa dele é que muitas coisas são reveladas e muitas tragédias acontecem. A função dele é dizer o que está acontecendo e o que é preciso fazer para aquilo ser resolvido, em todas as vezes em que ele abriu a boca para dar as indormações que os reis e nobres necessitavam, aconteceram muitas desgraças e derramação de sangue. A carta do Hierofante é a representação de uma entidade materializada que faz o intermédio com o divino aqui na terra, o Tirésias tem essa função na tragédia que eu li. O velhinho mesmo sem ter nenhum contato visual com o material, ele sabia muito bem o que estava a acontecer, pois havia o contato com o divino.
Ele está dentro de mim com as duas mãos juntas rezando, de olhos fechados, agradecendo por poder juntar as mãos. Ele diz para mim: Saiba que existe muito mais do que você pensa, não há o que se perder, não é preciso se por acima de ninguém, quem achar que está elevado o suficiente para fazer algum ato errado no ponto de vista terreno, este alguém se considera Deus. Humildade acima de tudo, humildade para com todos, para aqueles que não estão do teu lado e para aqueles que te acompanham.