domingo, agosto 26, 2007

Nublado

E eu tocava aquela música:
Os olhos...
Observam alguém passar por cima...
dos cacos de vidro...
esparramados no chão! Em cima de mim...
O sol de chapéu quente... Fazendo soar algumas migalhas de pão!

Os nossos corações são tão desvairados, soam como aquelas canções que espôs na parede. A minha gorjeta é como um tapa na boca, pá! Aprenda a me ver do jeito que eu sou...

Um dia eu espero descansar meus olhos em cima dos teus, ter um pouco do seu amor e depois um adeus. Claro que isso é normal de se acontecer, que este tempo não seja tão curto e nem tão looongo.

Terminando de tocar a música, eu tocava outras e ficava pensando em coisas da vida, pensar demais não é legal, mas em um dia de chuva ou em um momento de lazer eu me dou a esses passatempos, até parece, se bobear eu fico 24 horas assim, mas me esforço em me manter centrado nos deveres durante o dia. Com essa rotina eu consigo ficar bem, a melancolia acho que é uma característica de quem fica olhando para a vida e para as coisas grandes e pequenas. Depois de um pensamento e outro toco mais uma música:

Velório

Não, não pense que vou sorrir, não pense que eu vou chorar,
Eu não estarei mais lá

A minha volta os anjos estão cantando, lá do alto as estrelas me iluminando,
O mundo inteiro para só pra me assistir... sem piscar!
Tudo é intenso, tudo é emocionante,
alguns pensam pequeno e outros pensam grande
Nada disso importa para quem não está mais aqui para jogar

Não, não pense que eu vou sorrir, não pense que eu vou chorar,
Eu não estarei mais lá
Eu não estarei mais lá

segunda-feira, agosto 20, 2007

Lista de espera

Por onde começar? Eu perdi minha pasta cinza na sexta-feira, uma pasta com folhas e um livro que havia comprado no mesmo dia. Não sei se foi na faculdade ou no ônibus. Deixei o fim de semana passar e segunda-feira, entrei em contato com a Universidade, falei por telefone com o achados e perdidos e depois com o centro 1(local onde tive aula na sexta-feira), nenhum dos dois havia encontrado pasta alguma. Pensei que talvez eu não tivesse sido bem claro por telefone, então fui pessoalmente na Unisinos procurar e entrar em contato com as pessoas, talvez fosse ajudar. Porém a resposta foi a mesma, não haviam encontrado nada. Decidi ir na livraria cultural e lá a resposta também foi negativa. Pensei em entrar em contato com a Central, falei com os motoristas e eles me deram um número para falar com o Lisandro, pessoa responsável pelo setor de objetos perdidos. Estava preocupado pois isso era um empecilho para os meus estudos, todas as minhas anotações estavam naquela pasta. Estava conseguindo lidar tranquilamente com o assunto, a única coisa que faltava a fazer era ligar para o Lisandro. A moça atendeu: "Central, boa tarde.", "Boa tarde, gostaria de falar com o Lisandro.", " Espere um momento."- depois de ouvir a música de espera, a ligação volta para a moça- "Alô central, é com o Lisandro? Espere um momento.". A ligação voltou novamente para a moça e falei com ela sobre a pasta e pedi para que ela me ligasse qualquer coisa. Foi o que pude fazer, havia planejado ligar novamente, mas o papel havia sumido, a única coisa que me restava era esperar. Durante esses acontecimentos eu treinava a minha pronúncia e tentava controlar a minha ansiedade, procurando evitar caminhos de pensamentos viciados. Voltei a tomar banho frio também, foi muito bom, o meu corpo acordou e agradeceu. Acordar cedo já não era tão difícil e havia coisas tão belas para se distrair. Não havia um plano certo em relação as aulas, mas estava tentando anotar tudo o que fosse possível para não me perder. Vi um filme, era tarefa extra classe, um trabalho muito exaustivo e novamente a aula de sexta estava livre para assuntos metafísicos. Tudo estava tranqüilo, sabia que se agisse de uma maneira a situação iria responder de outra, sendo assim, fui jogando. Uma ducha fria e um sorriso no espelho era o que eu queria, fazendo tudo bem devagarzinho, como se provocasse os contras que apareciam. Ouvi críticas, "deveria ter chegado mais cedo", mas não dei bola. Aquele dia nublado queria me derrubar a todo custo, vestiu calças, duas facas e dois rostos, tirou minha carteira e meu dinheiro, o meu cadarço havia arrebentado. Com dinheiro emprestado, eu voltei para casa. Não deitei na cama e nem lamentei nada. Dei algumas caminhadas para resolver o assunto, logo vi que não era possível fazer nada, então esperei. Outro dia, outra vida, um telefonema e automaticamente meu sistema imunológico sofre uma alteração extrema, dores de cabeça e dores no corpo aparecem caio na cama e sonho: Homens casados possuem campainhas na cabeça, há uma ilha cheia de animais, muita coisa e pouca memória. Dez horas da manhã acordo e tudo volta ao normal. Novamente o banho frio e a felicidade instantânea.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Corra e não olhe para trás!

O tórax estava todo aberto, aconteceu no domingo de noite, por onde eu andava havia um rastro do meu sangue, agora qualquer coisa podia me derrubar, um pensamento era o suficiente, uma lembrança amarga estava ansiosa para desfrutar-se da situação. Recebia lambidas desesperadas, havia a esperança de curar a ferida. Um rombo no peito não vai ser curado com lambidas, eu sabia que era em vão, mas deixei que continuasse, sei que devo valorizar aqueles que querem cuidar de mim. Na segunda, eu estava completamente debilitado, mas mesmo assim eu insisti em ir embora, peguei o ônibus e me afundei no banco. Ninguém percebeu nada, eu sorria e "dançava ao rítimo da música". Evitei de olhar a ferida, estava muito feia, não quis toca-la também. Sabia que se agisse assim tudo iria ser resolvido. Na terça feira, o plano de "evite olhar" estava dando certo, até que qualquer coisa, não me lembro bem o que, aconteceu. Havia um buraco na cama e lá eu ficava, não aguentei e fiquei observando o estrago, dava umas cutucadas para ver se poderia doer mais, realmente a dor era infinitamente maior. Continuei dançando e sorrindo, o plano empoeirado continuou cheio de pó e os livros estavam a me esperar, mas já não gritavam mais o meu nome. Quinta feira aconteceu e a previsão de melhora superficial estava surgindo, não havia mais nozes, castanha do pará, amendoas, como eu queria um banho frio! Porém temia cair de vez e não levantar nunca mais. Treinei a pronúncia, cancelei o compromisso e tentei cumprir outros que surgiam na velocidade da luz. Rastejando no frio eu fui cumprindo os deveres e a cada minuto de distração eu olhava para ver se já havia cicatrizado, o rombo não diminuia, tocava de leve e as vezes com força para ver se eu me acostumava com a dor. A ansiedade continuava ali, agora ela gargalhava, dava conselhos podres e me fazia imaginar tudo em completo descontrole. Atirei- me em uma das camas de algum dos lugares em que fico, antes tive que ter uma conversa profunda e dolorosa, já esperava por isso, mas não queria ouvir ninguém, só queria esquecer. Novamente o sábado, dessa vez eu havia sentido bem forte em mim, eu nunca quis o sol tão intensamente na minha vida como naquele dia, no fim da tarde, e basicamente foi esse sol(acho que o filme "Blade Runner" também ajudou) que foi cicatrizando lentamente aquilo que eu já estava a me acostumar. Domingo tranquilo e nostálgico, revendo e seguindo adiante, eu perguntava para mim: Cade? Aonde está aquela ferida? Estou rindo de verdade! Para terminar o dia, um filme de terror e teorias para se resolver problemas impossíveis de serem resolvidos.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Hareeeeee!

Segunda-feira havia iniciado, não sei bem que horas acordei, mas ultimamente ando meio relaxado. Para quem acordava 5:30 a coisa tá séria. A minha cabeça e o meu peito fazem preferências e exigem atenção para alguns assuntos e acabam rejeitando os meus interesses, que egoístas!! Continuando... a semana foi passando em contagotas, junto de uma ansiedade que alterava os meus nervos. Não muito distante da segunda, na terça, o controle emocional se escondeu em algum lugar, a vontade de desistir de tudo era forte. Eu lia um livro que me deixava tranquilo, mas quando o peito distorce a visão as palavras perdem o sentido. Na quarta feira de manhã parecia que estava tudo amenizado, as coisas estavam fluindo e eu já havia pegado um ônibus e outro. Sentir-se viajante é legal, indo de um lado para outro, pegando vários ônibus, trensurbs, táxis e caminhadas, em um dia dormes ali outro dia lá, os rostos mudam e tu sabes que sempre tem alguém te esperando em algum lugar, mesmo sem saber quem. Quarta-feira a tarde, um vazio no apartamento gelado, o silêncio e o abandono, quis limpar alguma coisa, mas logo desanimei. Sai do ap, dei uma volta pela cidade e não me sentia tão a vontade, pois não tinha idéia do que fazer, à noite as coisas melhoraram e logo o tédio dissolveu-se, mas o pensamento ficou( e se eu morasse ali?). Quinta feira, mais um ônibus para capital, mas para quê gastar com um direto? Peguei um pinga até uma outra cidade e dali o trensurb, eu gosto mais desse jeito e não estou jogando grana fora. Recuperei minha identidade e agora estava pronto para prosseguir em planos empoeirados, antes de ir embora eu procurei ver a possibilidade do dia seguinte voltar e dormir por lá, não houve problemas. Quinta feira a noite foi tranquila, um cheirinho de novo da década de 60. A rotina voltou, um novo semestre. Sexta-feira, era o dia que eu iria matar aula, não é do meu costume(nos últimos anos) fazer isso, mas era para um bem metafísico. Encontrava as pessoas no qual fiquei pensando a semana inteira, gastando com cartões de orelhão, saldo de celular, dúvidas e tudo o mais, mas não foi bem assim. Novamente o prazer dos transportes e a corrida contra o tempo, dessa vez tive que pegar um direto para a capital, não fiquei chateado, pois eu iria caminhar bastante por lá. Carregando a térmica comunitária seguia em direção a casa onde iria dormir, a mochila avisa: estou começando a estragar! Uma ligação e tudo certo, me despedia e iria de encontro das pessoas que quis estar perto. Me senti muito bem e o meu peito pegava fogo, a ansiedade continuava. Eu pensava comigo: poxa, cheguei aqui, fiz aquilo que queria fazer, porque isso tem que continuar? Sábado de manhã o peito ardia e a minha pronúncia estava completamente errada. Eu havia sonhado com isso uns meses atrás, dois gurus estavam a corrigir minha pronúncia(no sonho). Fiquei ensaiando, tentando acertar, difícil, as pessoas chegaram e o curso iniciava. A mente esclarece, mas o peito em chamas. Tarde de sábado chuvosa, meu estômago enjoado, maldito biscoito de ricota! Relacionamentos são complicados e um carinho de quem se gosta é difícil de se conseguir! Depois de pegar chuva e da viagem de retorno, só queria dormir. Dormi uma eternidade, e domingo apareceu, o sol se pôs lá no alto e me chamou aos berros. Eu tinha um trevo de quatro folhas na mão e uma dinamite no peito.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Voltando para casa

Quantas dificuldades! Poxa! Gostaria de ser vítima das situações, ou pelo menos voltar a ter essa mentalidade. É chato quando a gente se toca que é responsável pelas coisas que acontecem, principalmente quando a situação não está a nosso favor. Eu conversei com uma pessoa que,desde o dia que eu conheci ela, nunca falou alguma coisa ruim na qual foi reponsável por ter acontecido, estranho isso né? Os fatos que acontecem sempre envolvem terceiros e quartos que são os responsáveis pelas coisas que ocorrem. Falta de maturidade? Ego inflamado? Sei lá! Não vou apontar o dedo! Talvez a pessoa seja super consciente das ações, mas não demonstra para não ficarem metendo o bedelho! Neste caso eu estaria dando uma de metido falando do comportamento alheio, com certeza isso fecha comigo também. As coisas estão tão distorcidas que não dá vontade de levantar da cama, muito menos pensar.