domingo, dezembro 31, 2006

OVNI


Os seres atravessam na minha frente com risos, plásticos e cachaças azedas retiradas de suas axilas. Os dentes caem para fora e isso tudo poderia estar dentro de um romance clássico do século XVIII, isso é divertido, mas não é sobre isso que eu quero falar.
Chegaram as festas, datas tão festivas, o mundo é belo e o meu coração é preenchido de nostalgia, mas não é bem isso que eu quero dizer!
Estou numa viagem de pesquisa para adquirir algo que não sei. Por isso, caminho por esta cidade. O sol é forte, muitas pessoas também são, mas o sol é grande e não é pessoa. A brisa é amiga e os produtos uruguaios são baratos. Não me importa quem anda por esta calçada, mas a calçada em si. Esse lugar tem algo a dizer e eu sou tão surdo! Quem é que escuta uma cidade? Quem é que entende um lugar? Isso não importa
também! O que importa é que não desistirei fácil!

terça-feira, dezembro 12, 2006

O calor me derrubou!


Alguém deixa passar o vento, ele agradece e senta em um banco. Nas esquinas eu vejo os objetos quase dobrando, quase sumindo. Um fim de ano qualquer. As mãos soltas escorrem pelas calças, eu estou muito sóbrio.
O ônibus estava tão vazio, uma imagem que vou guardar, a validade dessa lembrança é curta, em três horas sumiu.

domingo, dezembro 03, 2006

Geração Matusalém


Estava caminhando pela rua procurando um cadáver. Perguntei ao cara do açougue se ele vendia. Ele fez uma careta estranha, pois ali era cidade pequena e nesse tipo de lugar tudo o que um forasteiro pergunta os habitantes estranham, a conversa foi assim:
- Moço, como é seu nome?
- Paulo Nósi, o pessoal me chama de Nósinho.
- Seu Nósi, estou querendo um presunto, digo, cadáver, tu me consegue um?
- Como?
- Um cadáver, alguém que já morreu, tu sabe como é que é, o natal está chegando e...
- Sim... digo, mas aqui não é muito normal isso.
- O natal?
- Não... o lance do morto, o pessoal não se acostumou ainda, e acho que não vão mudar.
- E por causa disso tu não comercializa por aqui?
- Não adianta pendurar um corpo inteirinho no frigorífico se ninguém vai comprar.
- E um boi? Um corderinho? Tem?
- Olha, tá difícil, dá pra ser o de mentirinha? É muito bom também.
- Esquece! Vou comer formigas! Brigado Nósinho, agradeço a hospitalidade, mas quero lhe informar que agora são novos tempos, o pessoal vai começar a procurar isso aqui. Se eu fosse você começava a comercializar presunto.
- O pessoal daqui é tradicionalista, não é como a capital que muda a todo momento seguindo as tendências do mundo, é que nem pedra, não sai do lugar. Não se preocupa não seu moço, que eu estou muito bem vendendo o que eu vendo.
- Se você diz, não vou discordar, mas a maré vai mudar, se vai! Passar bem!
- Já vai tarde moço! Já vai tarde.
A conversa morreu ali e algumas pessoas ouviram do lado de fora, me olhavam como se eu fosse o anticristo, mesmo tendo comentado sobre o natal, sei lá, o interior é o sinônimo da ignorância e essas pessoas demostravam isso com todo o seu potêncial.

sábado, novembro 25, 2006

Final-mente


Acordando num salto, eu olho a janela, busco o abajur e desligo o despertador. Para cima, para baixo, frente e traz. Hoje é o dia que eu posso usar uma roupa qualquer. Trinta passos até a cozinha e um milhão até aonde eu quero chegar, a distância não existe. Água, abraços e sorrisos. Passarinhos lá nos fundos. o sol que aparece só no meu quarto. Corpo imóvel, olhos fechados, um monstro que respira no meio da minha testa. É esse cavalo que eu quero montar.

domingo, novembro 12, 2006

Joguinhos (eu não tenho paciência para brincar)


O carro estava à 80Km/h,na estrada eu observava o belo campo e os belos morros que o Rio grande possui. Que Beleza! Eu não sinto vontade de entortar este tipo de acontecimento. Eu só tenho vontade de observar, calado.

terça-feira, outubro 31, 2006

My AlGebrA


Em minhas idéias, o planeta flutua, levemente, em alegria e submissão, na volta do meu umbigo. Naquela dobrinha aonde eu não consigo limpar, é aonde o planeta está. Os mosquitos povoam os meus ouvidos, eles me dizem no que eu devo enlouquecer, lembrando-me de acontecimentos e detalhes possíveis que podem não me favorecer. Da realidade eu só tenho algum liga-desliga-de-um-segundo, nada mais do que isso. Do meu falatório eu só tenho murmúrios e retornos indesejáveis. O cotidiano é um conto de fadas. Os sonhos, não importa o que sejam, é o que ditam as regras.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Lagarteando( Turn On Turn Off)


O tomate com alface fermenta no meu estômago, os meus olhos começam a pesar, falta só um pouco para que eu esqueça que estou nos fundos de casa. Passa uma hora e o nariz pede sundown. A escova expulsa o feijão, o fio expulsa a salada e a água fria encosta no rosto. O quarto está naquele mesmo lugar de sempre com o sofá cheio de papéis, algumas flores novas e poeiras de uma hora atrás. Um universo morto ao meu ver, estático, nada muito diferente da minha mente. Seleciona, se diverte e joga fora, encana em um e desencana em outro, abre e fecha, liga e desliga. Os passarinhos comem alpiste o dia inteiro e eu me divirto com linguística. Todo mundo quer atenção na primavera, principalmente a papagaia da minha tia.

lagarteando


Algo fermenta dentro de mim, alface e tomate, pego no sono e me torno vermelho. Esqueço-me da vida e penso só em momentos. A máquina pifa de vez em quando nos momentos inoportunos, a máquina de pensar! eu diria mil palavras se eu achasse necessário, mas pensar demais, às vezes, atrapalha.

terça-feira, outubro 03, 2006

bloco-privada-família


Eu quero caminhar, sem muita pressa, eu só quero poder olhar em movimento as coisas acontecendo. A vida e as quatro estações são muito parecidas.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Seráquesei?

Vou vasculhando na área do saber, sem saber se vou aprender alguma coisa. Vou olhando curioso e fazendo "hum!" de vez em quando para as coisas que sei e não sei. Tento absorver, estou a observar, essas coisas não funcionam por osmose! Na fala eu treino a dicção e de enrolar só se for a língua, por isso fico olhando e na hora de gesticular o conhecimento assistido torna-se até confuso. Não sei se adquiro ou assisto o conhecimento, é como se eu fosse ao cinema e depois explicasse o filme que assisti. Será que aquilo acrescentou alguma coisa? Vou mudar minha vida por isso? E quando você espera ver um filme que mude sua vida e no fim ele só te torna uma pessoa qualquer, ou seja, sem mudança nenhuma do que era antes, que está a contar para os outros como se fosse uma grande novidade? Porém era só um filme.
Eu gostava quando o obtáculo a ser enfrentado era amarrar os tênis ou andar de bicicleta, pensava que nunca ia conseguir. Quebrei até o dente(andando de bicicleta), mas no fim eu consegui e isso era só o início.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Eu prefiro as Marias


Enquanto eu a escuto falar, o meu pensamento me mostra as grandes possibilidades que tenho de progredir. Isso acontece quando o assunto interessa, porém, este comportamento me tira da realidade e da discussão. Com as Marias a situação muda, me sinto dentro do círculo. Tenho o mesmo interesse, mas não sinto a necessidade de sonhar ou sair do ambiente. Está tudo ali, só preciso acompanhar o rítmo. Sinto como se estivesse olhando um carro e não o perdesse de vista, estou sabendo de todos o seus movimentos. Não tenho a necessidade de sonhar com o carro, pois eu o estou vendo. Quando consigo entender um assunto desde o princípio, eu não corro o risco de perder a linha do pensamento e também me distrair com o próprio assunto. A distração é horrível, parece ser bom, mas não é. Ocorre uma distorção terrível do que é falado e isso se torna totalmente superficial. Às vezes, pode se ter a sorte de conseguir ver de uma maneira diferente e positiva, mas nem sempre é assim. Até agora consegui melhores resultados com as Marias, pois peguei o trem na estação, não tive que correr atrás.

terça-feira, agosto 29, 2006

Espiral



-Não existe...a areia pela qual caminho e a água que eu bebo...os meus pés sentem a ilusão, a minha boca bebe da ilusão. Não existe o bonito, o ridículo, a briga, a amizade. Prisão...é somente a prisão. Eu não vou encontrar amor na ilusão, eu não vou encontrar amizade na ilusão, eu só vou me iludir. Não há a necessidade de criar metas, planejar vidas, comprometer os destinos, temer a má atitude e procurar a aceitação. Eu cheguei até este momento e continuarei. As ilusões vão continuar se justificando, rindo das vitórias e dos vencidos. Sofrendo suas próprias ilusões e nada disso poderá me afetar se eu estiver certo da minha intenção. O pensamento pequeno não precisa estar comigo, o que está na volta vai sumir hoje ou amanhã.Quando eu tiver que tomar uma atitude eu irei tomar, mas depois disso, nada mais me importará.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Vontades



Especialmente aos domingos, ele ia para frente de sua casa tocar gaita. Depois do churrasco, da sobremesa e do café. Garbin tocava músicas variadas, não se mantia rigidamente em músicas tradicionalistas. A família continuava conversando no interior da casa. De vez em quando tocavam em seu nome. Garbin tinha um olhar distante. Mirava o céu, o sol e ficava o fim da tarde envolvido no seu tocar. Gostava de tomar chimarrão enquanto anoitecia, cantarolava as músicas que havia acabado de tocar e depois acendia um palhero.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Carnívoras


Já faz um longo tempo que te chamo de João, mas eu não sei se você se chama João. O que aconteceu para isso acontecer? João você não fala o que pensa, o que sente! Qual o seu nome João?
Agora me surgiu a lembrança do dia em que eu te conheci. Sim! Você era parecido com outro que se chamava João. Então eu lhe chamei de João. Porém, nunca me passou pela cabeça o que eu estava fazendo. Nunca lhe passou pela cabeça contestar! Não me queira culpar João! Adeus João, José, Oswaldo, Carlos, Fabrício, Maria, Fernanda, Angélica. Tanto faz!

sexta-feira, agosto 04, 2006

love me like a rolling stone


A curvatura das costas não é um bom sinal, a dor que sinto nela só pode ser do frio. Quando me deito, eu tampo a cabeça, me escondo do ar gelado que domina o ambiente. A porta está trancada, mas ela tem uma abertura bem larga embaixo e isto faz entrar o ar frio. Me encolho ao máximo ficando em posição fetal(nem sempre isso acontece). Embaixo das cobertas eu só quero dormir para poder acordar, o dormir no meu caso, ultimamente, é só para descansar mesmo, há um prazer nisso, mas se é prolongado me causa irritação. Quero aproveitar o tempo que tenho e dentro desse tempo quero me sentir útil, se isso não for possível, provavelmente devo estar no lugar errado e isto gera muitas consequências, como a dor nas costas. Nessas situações eu sempre pus um tapete enrolado embaixo da porta para tampar a abertura, adaptação ou jeitinho brasileiro?
Tenho pensado em minha postura em vários aspectos e claro ela não é das melhores, mas está progredindo, aos poucos chego lá.

terça-feira, julho 25, 2006

Chá amargo

Novamente os dias chuvosos, o livro já está no fim e o chá também. A minha mente está fazendo o mesmo caminho todo dia e está chegando ao mesmo lugar sempre, quem sabe um dia eu supero isso. Negar fraquezas? Mostrar -se forte? Não é a minha intenção, respeitar a vontade dos outros, daí sim estamos nos entendendo, isso mesmo, está me machucando, mas um dia passa. Eu queria dialogar com alguém que preferiu o silêncio e a espera. Sei lá porquê, foi tudo muito repentino!

sexta-feira, julho 14, 2006

chá

O dia chuvoso na manhã mais comum que eu tive em minha vida, penso por alguns momentos que isto será somente hoje, depois iremos nos esquecer de tudo(eu e um nós que adora surgir sem motivo nenhum). As cinzas úmidas não vão ter muito interesse na cena tragicômica. Quem sabe uma música que tenha uma crescente incrível me faça sorrir, começando tranquíla e depois dando reviravoltas, ela(a música) põe tudo nas alturas, quatro minutos de alegria está bom de mais, tem gente que se contenta com dois. Um chá e pensamentos, um livro e devaneios, é o que tenho para hoje. It's very nice pra xuxu baby!

sábado, julho 01, 2006

Mistérious

Um mundo pequeno de coisas pequenas, de letras pequenas, de uma vida...
Síntese dos grandes, distorção dos grandes, ilusão dos grandes, do excesso;
o segredo é não pensar, é não distorcer, é segredo, secreto, um segredo secreto!

quinta-feira, junho 08, 2006

"Eu não pensei tanto assim"

Segurando nos braços, sentindo a brisa, o sol e a baboseira bucólica da vida que tanto gosto. Por que eu não posso imaginar? Foi há tanto tempo! Pisando devagar em cima dos ovos que formam a personalidade humana, não adianta, disso tudo eu faço gemada, bem docinho, meu docinho. Ombros firmes! Peito pra fora! Coisas para se sentir seguro, ser e sentir, será?

quinta-feira, maio 25, 2006

Espelho teu!

Foram nove anos de lutas invisíveis, um rosto sem manifestação, sem vida, caminhando pelos cantos das desgraças alheias. Olhando seus vestidos, cortando suas tripas e sonhando com a america do sul,"eu quero falar inglês", "eu quero matar em inglês". Temos um tupiniquim, um zé do caixão, que veste preto nos trópicos, isto é um horror! Temos reflexões e reflexos, que não utilizamos, que só apontamos, para bem longe de nós. Temos vida em nossos intestinos, algo que fermenta e solta gases. Há muita química em mim, a maioria dela faz a merda, a outra parte o amor. Um corpo físico, o que você quer dele? Teremos movimentos mecanicos, atitudes não desejadas, comportomentos viciados, toda porcaria existente. É o que faz a máquina funcionar, é o que faz o mundo girar na superfície. Temos sonhos, temos brilho, que deslizam e se apagam, um corpo novo que envelhece. Temos oportunidades.

sábado, maio 06, 2006

Corcoveando

Vai indo meio enrolando, sendo estranhado pelo estilo tranquilo e carrancudo. Fecha a cara e mostra os dentes, hoje te gosto, amanhã desconfio. Tão perdido, falhando sem querer, tentando não ferir e nem se machucar. Auto-preservação, afastando-se de todos os males, quem sabe até do amor.

domingo, abril 23, 2006

Ave laser

O futuro se aproxima, ele olha para mim com aquele tipo de olhar, algo do meu inconsciente, ele é o lobo mau! "São para te ver melhor" diz ele, saio correndo, com o meu boné imaginário vermelho, buscando um pedaço de pão velho. Nesta corrida sem fim pelo bosque baldio encontro a velhinha nostálgica, que não me conhece, mas inveja minha juventude. " Quem me dera eu ter sua idade", tenho vontade de mandá-la a merda! " Tome a minha idade ela é toda sua!", ela fica toda novinha e vaidosa, e lá vem o lobo mau arregalando os olhos para sua próxima vítima, ela é jovem, ela irá correr, de algo que lhe vai alcançar só na hora em que tiver que alcançar! Só percebo isso depois de velho, que bom que não demorou muito, o futuro não tem poder, ele se ilude e nos ilude. Um bando de pato querendo casar. E o anel de compromisso? Como é que fica? Saio caminhando, deixo a perseguição de lado, e lá vem um monte de criancinha querendo ouvir uma historinha. "Tem que ser curtinha" grita o coro infantil. "A menina saltitante, que caiu de um navio pirata, no continente havia um elefante, que esperava sua amada, quando viu a garotinha, surgir em uma barca, seu coração disparou fulminante, lá estava sua adorada, a menina indefesa, porém poderosa no falar,se protege dizendo, só depois do casamento que eu vou lhe amar! Moral da história: qual é o anel que consegue entrar no dedo do elefante?" As criancinhas fazem um "ÓÓÓÓÓÓÓÓ, falou nome feio, isto é falta de respeito", para me desculpar, dividi minha idade com elas e todos nós nos tornamos adolescentes e que farra fizemos! Eu lhes gritava "hipócritas!, eu sei do que voces gostam, em vez de ouvir nome feios , vcs querem vêlos!", hormônios explodindo, da maneira mais agressiva possível de se imaginar. Que bagunça! Quanto vômito e substâncias que nem vale a pena comentar. O futuro de olho grande surge, "adolescentes idiotas comecem a correr!", e lá estamos nós, no alto de uma colina acorrentados, unidos pelo pescoço, presos ao que nem sabemos, juntos como se fôssemos amigos.

quarta-feira, abril 05, 2006

Vésperas

O aniversário se aproxima, não só o meu, mas o de muita gente, muitos arianos e arianas, cada um aproveitando o outono de abril, que mês maravilhoso! Torta de maçã e abril! Duas coisas que se fecham e encaixam perfeitamente, um cházinho na tarde, que vai ficando cada vez mais laranja quando se aproxima da noite. O pôr de sol é muito bonito! A notalgia está em abril e no outono! O abril traz a introspecção, traz a retomada de pensamento, "a reorganização da casa". É assim que me sinto neste mês.Me sinto tranquilo e buscando me situar no mundo novamente. O maio já muda tudo, junho nem se fala, julho eu tenho que cuidar para não cometer suicídio, agosto eu tenho que cuidar para não matar ninguém, setembro melhora, outubro me faz chorar, novembro eu quero é festa, dezembro é família, janeiro é esperança, fevereiro é ressaca, março é estranho e abril sou eu!

domingo, março 26, 2006

18 de outubro de 2005

Ruminações

O passo que se encontra no caminho, um passo ligeiro e desnorteado, criando vários caminhos em uma estrada de mão única e fechada. Em todas estradas que eu vi neste estado, tem vaca pastando, elas estão ali por algum motivo, quem sabe deixar a visão mais agradável. O comportamento me deixa confuso, e não é o das vacas, quem sabe do observador. Eu fico pensando naquelas cenas curtas do filme que eu vi, já mudei a minha opinião. eu vou seguir até me cansar e isso dura dois minutos. Podemos ser realistas e dizer: gado, carne, dinheiro e panela. Vai ser totalmente aprovado, mas não estou aqui para raciocinar sobre qualquer besteira e estabelecer regras a serem seguidas. Ao meu jeito eu digo: vaca, pasto, estrada e observador.

domingo, março 19, 2006

A sala vermelha (voltando a escrevê-lo depois de 5 anos)

Depois do surgimento do sol, o mundo não acabou. A flor foi jogada fora e o vaso ficou vazio. Os vampiros se esconderam e o Homem(que desta vez chamarei de Horácio)ficou sozinho em sua casa, a única coisa que terminou foi ela. Ela deixou de existir.
As ruas do dia são movimentadas por comerciantes, pessoas que acreditam no dinheiro e por isso, vendem, qualquer coisa que quiseres comprar.
Horácio não dorme. Ele fica olhando a simplicidade do seu jardim. Passarinhos comendo painço, formigas caminhando por seu corpo, moscas e outras variedades de insetos voando. O passado é outra história que explica à que ele vive, mas terá importância? Poderá ele viver desligado do passado? Ele não se preocupa com isso, está muito seguro com o seu presente e despreocupado do seu futuro. Ele que foi representado pela luz que não fazia seu papel em outros tempos, agora vive em estado de pureza e claridade sobre as coisas que o envolvem e rodeiam.
Os gritos, a parcela que irá ganhar, todas as importâncias, todos os interesses, estão por estas ruas, estão naquelas pessoas. A luta primitiva, a verdade absoluta.(Parte11)

sexta-feira, março 10, 2006


Não consigo mais medir os meus sentimentos, perdi a balança. Fico tentando adivinhar, mas sem muita vontade de descobrir, não estou na pressa, a ânsia que destroe qualquer coisa. Olho tranquilo para o que acontece e percebo que tem uma coisa que me incomoda. Não preciso nem olhar para o espelho para descobrir o que é. Ego- uma imagem de mim mesmo que foi criada por mim, a consciência que eu tenho sobre minha pessoa, uma ilusão tosca e distorcida. Eu acho o meu umbigo muito bonito, por isso fico olhando para ele, sempre! As vezes o condeno, mas logo o desculpo, claro, o umbigo é meu! As vezes fico pensando que talvez eu poderia ser mais que este umbigo, claro que para isso eu teria que parar de olhar para ele, parece fácil, mas não é! Uma coisa é óbvia, gostamos que falem de nós, ou imaginar que estão falando de nós e isto mexe com o ego, só que gera insegurança, orgulho, estúpidez,etc. Um monte de sofrimento e ansiedade à toa. O ego é o que nos faz ser do jeito que somos, tanto para o bem quanto para o mal. Porém o ego não é a verdadeira imagem de nós mesmos, pois é uma coisa criada conforme a situação em que vivemos, ou seja, é mutável. Ele estabelece um padrão de comportamento, sim um padrão para cada situação, é uma encenação para cada momento. Que fique bem claro que isso não é uma revolta e sim uma fria análise de que não nos conhecemos e de que estamos longe disso. Achamos que somos algo e formamos opiniões baseado no que os outros dizem de nós, mas não temos certeza. Esta foto que está aí é uma coisa que eu não tenho muito o que dizer sobre ela, é a minha imagem em um estado de semi sono, mas isto não importa!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Conversas

O homem senta no bar, levanta a mão e o garçon aparece:
-Pois não senhor, queres um refresco?
-Refresco? Eu quero é um fogo para acabar com esta dor que me corrói!
-Pois eu acho que o trago só vai fazer corroer mais!
Os dois ficaram pensando sobre isso, o garçon que estava de pé tomou a liberdade para sentar ali com o homem que era conhecido como Jura, alguns o chamavam de Juracyr cara de chulé.
O garçon tentando ficar mais íntimo do Jura, decide pegar uma cervejinha que não corróe e nem faz mal para assim deixar o cliente mais tranquilo e sem aquela cara de velório.
Jura começa a falar:
-No dia em que eu apareci, não tinha nada a ver com aquele lugar, não me interessava quem era o bandido ou o mocinho. O problema foi deus ter posto uma criatura que me chamou atenção e me chamou atenção por simplesmente não chamar atenção! Poderia passar invísivel pela fronteira sem que ninguém a visse. Eu rezei por sete almas para não me acontecer nada e não me enredar no que eu comecei a temer, mas não era possível, o máximo que eu consegui fazer era não transparecer. Seguindo os mandamentos fiz as malas e me fui para longe, mas não é que depois do feitiço aquele rosto começou a aparecer em todos os lugares! Na virada do ano me benzi com a velhinha Carcumé, ela me disse que era coisa difícil, pois não pesava e nem levitava, só ficava ali cutucando o coração do homem que não podia tomar café. Este homem era eu.
O garçon interrompe:
- Tu sente azia? Pega um limãozinho que faz bem, parece bobagem né, mas não é não, limãozinho faz bem! É que o limão é ácido né, daí tu pensa que pode piorar, mas não piora, melhora e muito!
(Um dia eu continuo isto!)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Capenga29frases soltas0

Na sorte, um dia vou seguir uma luz de farolete
na sorte, eu espero não morrer na contramão no meio da neblina
na sorte, o suor do meu esforço ainda vai sair do meu corpo, pois um dia eu vou me esforçar!

Caminhando em passos miúdos no meio do nada, controlando-se para não correr, alguém poderá enxergar, como se fosse uma miragem, mas poderá ver e aí é que está o problema!

A idiotice vem junto com a maturidade, só pode!(quem disse que a maturidade vem?)

A estúpidez, melancolia e irritação são doces que todo mundo gosta!

Se todo mundo se acha deus, pq a iluminação seria se tornar um?

Eu não gosto da maioria das pessoas, eu não me suporto e não sou nenhum suicida!

Tento ser humano, mas acho que sou um asno!

Quando eu olho pra vc eu vejo mil erros, mas se vc não quer brigar eu vejo uma qualidade.

Não existe graça de graça

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Canções

Vaca voadora:
Eu já vi vaca voar e até gigantes, numa tarde de chá, eu viajei/ o chão tão colorido, tão belos elefantes, bruxas voadoras e eu alucinei/ daqui não volto mais, já tá bom pra mim, viver de melo, melhor assim!/ Mas eu já vi vaca voar e até gigantes, numa tarde de chá, eu viajei/ Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! e eu alucinei! (2x)
Bala de goma:
Ela dança no tapete e o inverno é mais frio, fico velho de bengala, todo mês de abril/ ela quer um casamento e eu espero meu funeral/ se ela me quer vivo, eu vou aguentar!/ Ela quer uma bala de goma, pra pirar a noite toda, ela quer uma bala de goma, pra dançar feito louca!/ Ela quer (uma bala)! 2x
Ela é deus
Subi as escadas, havia suor em minha camisa, o calor que deixei sair de mim e ninguém acredita, que eu posso estar em qualquer lugar/ Eu posso estar dentro de você, foi o que ela disse em minhas teorias 2x/ eu posso estar dentro de você, dentro de você.
Livre de mim
Minha mente se apavora, não preciso dela para pensar/ meu coração me reprova não preciso dele para sentir/para sentir/ Eu sou livre de mim 2x/ Minha alma desaprova, não preciso dela para viver/ A religião me ignora, eu também me ignorei/ eu sou livre de mim/ Tudo que está em volta não pertence mais a mim, nego toda a humanidade e criação!
Monophase
Eu não acredito no mistério dos planetas, mas todo dia tento encontrar meu par/ não sei se há uma química entre nós dois, não importa, de romance eu não sei falar/ quero encontrar, encontrar um alguém, um alguém que também não tenha no que acreditar/ que o destino não esteja a favor, sem histórias de amor, tudo o que eu possa enxergar/vou esperar e ter que esperar é se enganar, não vou conseguir/ seguir assim é não seguir, outra vez se iludir, outra vez se perder!
Groselha com laranja
A paixão, o delírio, o medo e a insensatez/ tudo em vão, o martírio, perdi a vida de uma só vez/ quero viver sozinho, mas não consigo estar só, somente eu e o infinito, mas só vejo o pior/ olhe bem em meus olhos e veja quem eu sou/ estou perdido neste mundo, não sei pra onde eu vou/percorri vários caminhos e a nenhum lugar cheguei, um errante, um mendigo de almas me tornei/ A luz e o amor, não me querem mais, a escuridão me abençoou, já não posso voltar atrás/ o que eu fui e o que eu sou não tem comparação/ o meu coração é podre desde então
O Crepúsculo dos ídolos(ou como filosofar com um martelo)
Eu sou o herói e mato todos/ a minha guerra é inprescíndivel/ um barba azul de sete esposas, matando a todas num gesto mal, mas muito normal/ do louvor o povo me cria, embriagando meu campo de batalha/ recebo flores, sujando o sangue/ sou Dom quixote tentando me livrar da imposição/ Eu sou lúcifer e mato o povo, num mar exótico de mil e dois demônios, bebendo sangue em total catarse/ tentando derrubar todos os ídolos inclusive a mim!
Guliver
(parapáparaparaparaparapa pararárarará pá parararará)
Viagens no meu barco de fumaça, eu vou viajando por mares de elefantes cor de rosas/ eu vou desbravando mares, lutando contra demônios de propaganda de shampoo/ Eu sou guliver, eu sou guliver, o grande marinheiro, em seu barco, de fumaça, eu sou!(parapáparaparaparaparapa pararárarará pá parararará)
Viajando por mares remotos, automaticamente sólidos por ideais/passeando pelo mar do inconsciente, conhecendo tanta gente, que já nem lembro mais!/ eu sou Guliver, eu sou Guliver, o grande marinheiro, em seu barco, de fumaça, eu sou!

Estas canções eu compus nestes últimos cinco anos, falam um pouco de mim e com certeza, cada uma delas tem uma grande importância!

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Tomando chimarrão e pensando...

Está meio entupido...como é bom tomar chimarrão! Uma roda de gente vendo novela e com duas térmicas preparadas, só de início! Vendo aquela guria dos braços fortes falando do povo da mata, era divertido, a barriga enchia de água quente e eu estava pronto para caminhar. Caminhava para a direita por onde era mais bonito, dava para ver uns morros lá longe com a presença das nuvens na volta(por causa das chuvas), as gaivotas e as garças passavam por cima e eu ficava com medo de levar uma cagada delas. O mar estava agitado, tinha pouquíssima gente na beira do mar, o que tornava a caminhada mais interessantes, 40 minutos de ida e mais 40 de volta. De manhã as 6 horas o galo do telefone móvel me despertava, comia alguma fruta e preparava novamente o glorioso "chima", deixava pronto para depois da caminhada. O sol surgia laranja, os pescadores e alguns velhinhos assistiam também, caminhava até aquela árvore solitária que marcava o tempo e depois voltava. Houve outras diversões, mas esta eu achei a mais interessante.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Capenga

Sequestro relâmpago na noite de sexta feira,
o cigarro queimando na noite(de sexta feira)
o cigarro sempre queima em um poema
mas a noite nem sempre é a de sexta (feira)
o sorriso é mais forte
a bebida é mais bebível
os amigos são mais divertidos
e a vaidade se espalha pelo centro
a tela é colorida,
mas os sonhos continuam em preto e branco
Um rio de carros neste verão,
todos querendo desembocar no mar
Na sexta feira eu fiz ela sumir
No caos eu vi ela chorar
Por minutos eu insisti
depois eu a joguei no rio!

terça-feira, janeiro 03, 2006

Um dia eu vou mudar de verdade

Fico pensando em todos os projetos, em todos os momentos de empolgação que desaparecem. Energia desperdiçada, é como ficar girando em vontades sem chegar a lugar nenhum.