sábado, abril 21, 2007

Não quero falar de cavalos, pastemos em silêncio!

Não quero falar de cavalos, fiquemos quietos; relincho e sigo no campo. Apenas um animal que quer viver. Um animal que quer viver sem se importar com as ações das pessoas da fazenda. Sou pangaré de carroça, carrego jornal e gosto de bons caminhos. Fico triste pelos companheiros que andam por terrenos de cimento e asfalto. Faço o meu serviço de cada dia para chegar ao paraíso, a campanha, livre e tranquilo correndo em bando, eis o meu sonho. Quando eu fujo, eu levo uma surra de relho, mas logo me endireito e sigo no meu passo de cavalo manso. Ninguém pensa em me vender, sou muito útil no que faço e não cobro muito por isso; uma boa porção de milho, pasto e fico satisfeito. Muitos temem um coice meu, mas é só não passar por trás de mim. Bicho é assim mesmo, não gosta de surpresas. Olhando sempre para frente faço o caminho que me é posto. Quando olho para o lado, sinto o aviso e percebo a minha condição.

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