sábado, novembro 17, 2007

Preparações

E lá estava aquela família reunida em volta da mesa. Havia um presente posto como o centro das atenções. Ele era fantástico! Estava embalado com um laço dourado e um papel vermelho da loja mais chique da cidade. As pessoas olhavam com tanto carinho que resolveram emoldurar a obra de arte. Os visitantes que chegavam consideravam algo feito por um artista plástico. O embrulho saltava para fora da parede e ficava em cima da cadeira do chefe da casa, na sala de jantar. Antigamente havia uma cabeça de Alce no local,porém, agora, pelo desejo de todos o belo embrulho retirou o bicho galhudo do campo de visão de todos. Havia um gurizinho muito curioso e ele morava na casa ao lado, ele morreu atropelado por um caminhão, pois queria saber se tinha super poderes. A família dele não emoldurou o corpo dele, pois não era bonito. Seu corpo foi transformado em alguma obra de arte de rua bizarra normalmente feita por moleques endiabrados. O avô da família que emoldurou o presente vermelho de laço dourado tinha um programa predileto na televisão, mas depois que o presente surgiu todos deixaram ele assistir qualquer coisa, então não teve mais vontade de assistir o seu programa predileto. As crianças da casa sabiam que não podiam tocar no quadro, mas ninguém se importava se elas ficassem passando o dedo e lambendo a moldura.
Houve um momento em que o papel da magnífica obra de arte desbotou, foi passado tinta têmpera e o problema foi resolvido, porém surgiu uma goteira. Todos sabem que tinta têmpera não resiste a água, depois desse acontecimento triste encontraram uma solução. Tinta de tecido! Sim um gênio havia inventado a tinta de tecido. Haveria algum outro gênio para criar a tinta de presente. Entre os esquimós do Alaska havia um mago e ele tinha a solução para o problema do presente do papel vermelho e laço dourado.
Nesta mesma época a matriarca ficou grávida, o pai começou a fumar charutos e os filhos juntavam as cinzas para fazer pinturas rupestres na parede do corredor. A sociedade estava consciente do caos que o presente poderia trazer a arte e resolveu chamar o mago esquimó para utilizar sua tinta para presente. Ele só aceitou ir se esfriassem a cidade na temperatura de menos vinte graus célsius. Estavam na primavera e esta estação tinha um amanhecer bem fresquinho, quem sabe se o governo não colaborasse com aquela cidadezinha de pessoas sorridentes e saudáveis. O governo tinha tantos projetos fantásticos. Eles decidiram aquecer o planeta, desmatar todas as florestas, parar com as correntes marítimas para conseguir o resfriamento daquela região. Isso foi feito com tanto esforço e colaboração de todos que aquele país recebeu um premio da ONU pela união de um povo em torno de uma boa causa.
O mago esquimó chegou na sala e olhou para o presente. Algo precisava ser feito e as televisões estavam ligadas ao acontecimento. O bebê estava nascendo, não havia tempo para chegar ao hospital, a mãe deitou-se na mesa e gritou, gritou muito. O bebê nascera bem, o mago chegou perto da mesa ensanguentada, passou o dedo no sangue, experimentou um pouco e pegou um pincel. Seu povo nunca mais acreditou em sua magia.

2 comentários:

  1. Cara, estou me considerando um burro a partir deste momento. Li seu texto duas vezes, mas não consegui entender muita coisa. Sei que ele tem alguma mensagem, algum sentido, mas não entendi nada!

    Sou um burro, mas vou continuar me esforçando!

    Valeu.

    ResponderExcluir
  2. oi meu primitcho!
    amei a trilha sonora...e tuas imagens são tão maravilhosas qnto os textos..
    eu sou suspeita pra falar...mas é que nem cheetos, não dá pra ler só um!
    bjoooooo!

    ResponderExcluir