domingo, agosto 03, 2008

A garota do pântano

E de repente tudo escureceu, onde estou? Que caminho estava seguindo? Aonde eu queria chegar? Uma substância negra estava vazando do meu peito e uma criatura surgia entre a névoa. Uma mulher de panos que a cobriam por inteira. Ela nada dizia, mas me enchia de dúvidas sobre as minhas certezas e certezas sobre o que havia escondido em mim. Havia um lampião que clareava o meu peito e nele a substância negra gritava de pavor. Que vontade de chorar, todos os ranços de meros 23 anos de idade surgem gritando, tocando suas cornetas e fazendo suas tragédias. O silêncio novamente aparece, a lua em seu sorriso me faz lembrar que eu também sou uma alma noturna. Nas mãos daquela mulher há uma chave para algum segredo meu e ela sabe que aquele terreno é profundo e que muitos podem não voltar de lá. Os seus olhos lêem a alma de qualquer mortal, sabendo disso, eu lhe disse:
- Queira me desculpar, sei que muita coisa minha está posta no escuro. Você tem muito conhecimente e de ti não há nada que possa ser escondido, andei jogando algumas coisas minhas por aqui que não queria ver mais, mas vejo que você as guarda bem para me mostrares nos momentos necessários. Me dói o peito e peço que me ajudes na jornada que sigo, contigo eu vejo os meus vícios. Sempre será nescessário saber que a minha lúcidez pode estar por um fio e a única certeza que tenho é que é preciso amar para não morrer ainda vivo. Te amo e sei que me amas, ao seu modo que não vou entender, mas me ama.
Continuo esperando esta noite passar, estas arvores secas, este frio e a umidade me trazem medo, mas por saber que ela está comigo, mesmo em silêncio, consigo controlar-me. De certa forma ela também é minha mãe.

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