quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Conversas

O homem senta no bar, levanta a mão e o garçon aparece:
-Pois não senhor, queres um refresco?
-Refresco? Eu quero é um fogo para acabar com esta dor que me corrói!
-Pois eu acho que o trago só vai fazer corroer mais!
Os dois ficaram pensando sobre isso, o garçon que estava de pé tomou a liberdade para sentar ali com o homem que era conhecido como Jura, alguns o chamavam de Juracyr cara de chulé.
O garçon tentando ficar mais íntimo do Jura, decide pegar uma cervejinha que não corróe e nem faz mal para assim deixar o cliente mais tranquilo e sem aquela cara de velório.
Jura começa a falar:
-No dia em que eu apareci, não tinha nada a ver com aquele lugar, não me interessava quem era o bandido ou o mocinho. O problema foi deus ter posto uma criatura que me chamou atenção e me chamou atenção por simplesmente não chamar atenção! Poderia passar invísivel pela fronteira sem que ninguém a visse. Eu rezei por sete almas para não me acontecer nada e não me enredar no que eu comecei a temer, mas não era possível, o máximo que eu consegui fazer era não transparecer. Seguindo os mandamentos fiz as malas e me fui para longe, mas não é que depois do feitiço aquele rosto começou a aparecer em todos os lugares! Na virada do ano me benzi com a velhinha Carcumé, ela me disse que era coisa difícil, pois não pesava e nem levitava, só ficava ali cutucando o coração do homem que não podia tomar café. Este homem era eu.
O garçon interrompe:
- Tu sente azia? Pega um limãozinho que faz bem, parece bobagem né, mas não é não, limãozinho faz bem! É que o limão é ácido né, daí tu pensa que pode piorar, mas não piora, melhora e muito!
(Um dia eu continuo isto!)

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