segunda-feira, agosto 20, 2007

Lista de espera

Por onde começar? Eu perdi minha pasta cinza na sexta-feira, uma pasta com folhas e um livro que havia comprado no mesmo dia. Não sei se foi na faculdade ou no ônibus. Deixei o fim de semana passar e segunda-feira, entrei em contato com a Universidade, falei por telefone com o achados e perdidos e depois com o centro 1(local onde tive aula na sexta-feira), nenhum dos dois havia encontrado pasta alguma. Pensei que talvez eu não tivesse sido bem claro por telefone, então fui pessoalmente na Unisinos procurar e entrar em contato com as pessoas, talvez fosse ajudar. Porém a resposta foi a mesma, não haviam encontrado nada. Decidi ir na livraria cultural e lá a resposta também foi negativa. Pensei em entrar em contato com a Central, falei com os motoristas e eles me deram um número para falar com o Lisandro, pessoa responsável pelo setor de objetos perdidos. Estava preocupado pois isso era um empecilho para os meus estudos, todas as minhas anotações estavam naquela pasta. Estava conseguindo lidar tranquilamente com o assunto, a única coisa que faltava a fazer era ligar para o Lisandro. A moça atendeu: "Central, boa tarde.", "Boa tarde, gostaria de falar com o Lisandro.", " Espere um momento."- depois de ouvir a música de espera, a ligação volta para a moça- "Alô central, é com o Lisandro? Espere um momento.". A ligação voltou novamente para a moça e falei com ela sobre a pasta e pedi para que ela me ligasse qualquer coisa. Foi o que pude fazer, havia planejado ligar novamente, mas o papel havia sumido, a única coisa que me restava era esperar. Durante esses acontecimentos eu treinava a minha pronúncia e tentava controlar a minha ansiedade, procurando evitar caminhos de pensamentos viciados. Voltei a tomar banho frio também, foi muito bom, o meu corpo acordou e agradeceu. Acordar cedo já não era tão difícil e havia coisas tão belas para se distrair. Não havia um plano certo em relação as aulas, mas estava tentando anotar tudo o que fosse possível para não me perder. Vi um filme, era tarefa extra classe, um trabalho muito exaustivo e novamente a aula de sexta estava livre para assuntos metafísicos. Tudo estava tranqüilo, sabia que se agisse de uma maneira a situação iria responder de outra, sendo assim, fui jogando. Uma ducha fria e um sorriso no espelho era o que eu queria, fazendo tudo bem devagarzinho, como se provocasse os contras que apareciam. Ouvi críticas, "deveria ter chegado mais cedo", mas não dei bola. Aquele dia nublado queria me derrubar a todo custo, vestiu calças, duas facas e dois rostos, tirou minha carteira e meu dinheiro, o meu cadarço havia arrebentado. Com dinheiro emprestado, eu voltei para casa. Não deitei na cama e nem lamentei nada. Dei algumas caminhadas para resolver o assunto, logo vi que não era possível fazer nada, então esperei. Outro dia, outra vida, um telefonema e automaticamente meu sistema imunológico sofre uma alteração extrema, dores de cabeça e dores no corpo aparecem caio na cama e sonho: Homens casados possuem campainhas na cabeça, há uma ilha cheia de animais, muita coisa e pouca memória. Dez horas da manhã acordo e tudo volta ao normal. Novamente o banho frio e a felicidade instantânea.

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