sábado, março 29, 2008

Mais uma vez, sem saber o porquê.

Eu abri minha boca, falei o que pensava, saiu um rinoceronte inteiro e ficou parado ali no meio da sala. No início só houve o espanto e ninguém fez nada, mas ele começou a fazer barulhos e agitar as patas. Ela disse:
-Bixo burro! Tanta coisa para se falar do mundo e você me diz isso!?
Fiquei meio sem jeito.
-Pois é... Saiu, mas eu não leio seus pensamentos, não sei se é isso mesmo que você está dizendo.
Ah! Me esqueci de dizer que havia um vidro entre nós e não conseguíamos escutar um ao outro, mas o animal selvagem tinha contato com nós dois e seu humor estava alterando. Ele era branco, o rinoceronte, e queria que a gente agisse. Eu me pus a cantar uma música antiga e ela em seguida prestou-se a me acompanhar, será que cantávamos a mesma música? O imenso animal começou a murchar soltando fumaças coloridas do seu interior, eu falei sarcasticamente:
-Poderia ser mais infantil? Algo como o Mágico de Oz.
Entre a fumaça ela fazia uma careta tentando me entender e continuou a cantar. Eu não cantava mais, mas conseguia escutá-la. Depois dos efeitos especiais, só restava um lençol branco, ela estava cansada e me olhava pronta para sorrir. Não sei se foi eu ou ela quem disse:
-Então era isso né?
Preparado para a despedida.

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